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Foodtech brasileira liderada por mulheres capta R$ 20 milhões em rodada de investimentos

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Com produtos em mais de 1,5 mil pontos de venda, empresa tem certificação B-corp e selo da ONU

A foodtech Nuu Alimentos acaba de levantar sua primeira rodada com investidores institucionais. Com aporte de R$ 20 milhões liderado pelo fundo americano EcoEnterprises, referência em investimento de impacto, a captação está entre as maiores em bens de consumo nos últimos dois anos.

“Há um ano decidimos fazer a rodada. Foi um dos meus maiores desafios, é um processo complexo, trabalhoso… E olha que sou mãe de gêmeos”, diz Rafaela Gontijo, que fundou e comanda a Nuu, em entrevista ao jornal Valor Econômico. “Como levou mais tempo do que imaginávamos, foi necessário olhar mais para o fluxo de caixa e, mesmo assim, entregamos números consideráveis de crescimento – o que ajudou na validação com os fundos”. 

A empresa tem um compromisso com a sustentabilidade e conta com 80% dos insumos fornecidos por produtores locais, todos localizados em um raio de 40 km da fábrica, em Patos de Minas. A exceção é a mandioca, que vem do Paraná, mas deve começar a vir do Norte em breve. Rafaela prefere o termo regenerativo do que plant based para definir o negócio.

Liderança feminina é destaque na empresa

Com selo da ONU e certificação B-Corp – que somente empresas que atendem aos mais altos padrões de desempenho socioambiental, transparência e responsabilidade legal adquirem –, Rafaela estruturou um C-level femino: Maíra Rabelo, ex-VTEX e Zé Delivery, é a chefe de expansão, e Julia Dabés é a chefe de operações. Na Eco, principal fundo a liderar o aporte, a CEO é Tammy Newmark.

“O fundo era o primeiro da nossa lista, por ser liderado por mulher, e pela experiência de 20 anos em impacto”, conta a empreendedora, que criou a Nuu literalmente dentro de casa, no Rio de Janeiro, fazendo pão de queijo com o leite e o queijo trazidos da fazenda dos pais no interior de Minas Gerais. Os produtos eram vendidos em pequenos eventos da cidade.


Fábrica tem foco na redução de impacto ambiental

Agora com fábrica própria, a produção é de 25 toneladas por mês de produtos derivados da mandioca, incluindo pão de queijo tradicional, colorido, pizzas de pão de queijo e bastões e dadinhos de tapioca. A arquitetura da fábrica foi projetada com foco na sustentabilidade e na redução do impacto ambiental, com investimento em tecnologias como tratamento de efluentes e telhas termoacústicas. “Nossa missão era colocar de pé uma fábrica que ninguém do entorno note uma operação industrial, que não afete a comunidade em água, barulho”, relata Rafaela.

A marca está presente em 1,35 mil pontos de venda no Sudeste e Sul, e a meta é expandir para 6 mil PDVs em dois anos. A captação de recursos também será usada para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e investir em marketing. Essas ações devem multiplicar a companhia por oito no período.

Nesta rodada de investimento, a Nuu contou também com a participação de CamelFarm, dos fundadores da Zee.Dog, de MadFish, do tenista Bruno Soares, de Bioma Food Hub, do americano Newlin, além dos grupos de anjos GV Angels e Gávea Angels. A companhia tem ainda investidores pessoa física, como Rodolfo Chung, ex-CEO do Zé Delivery, e Marcelo Abritta, cofundador e CEO da Buser.

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