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O mercado digital precisa de pessoas. Ele sabe onde encontrar

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Observando as dificuldades das empresas de tecnologia em Salvador, Paula Moraes fundou a Intera, que seleciona e treina profissionais para o mercado digital

No ano de 2014 a cidade de Salvador havia sido apontada pela Endeavor como a pior capital para atividade empreendedora no Brasil. Entre os critérios de avaliação estão índices de segurança pública, burocracia e capacidade de atrair investimentos. Mas o foco da empresária Paula Morais se tornou outro, também incluído nas pesquisas: qualificação profissional para o mercado digital.

Foi durante essa época que a empreendedora decidiu se inteirar a respeito do ecossistema de inovação da Bahia. Ao constatar que Salvador ainda era um ambiente muito defasado no estímulo de talentos para inovar, fundou uma liga de empreendedorismo em sua universidade. Paula acredita que o principal pilar do ambiente que promove inovação deve ser o capital humano. “É uma massa de mão de obra qualificada, de pessoas boas que buscam fazer acontecer”, diz.

Escassez de profissionais de tecnologia é um problema global que afeta especialmente o Brasil. Em 2022, fomos considerados o nono país com mais faltas de mão de obra qualificada, segundo um estudo realizado pela empresa de consultoria ManpowerGroup. Ainda de acordo com a pesquisa, 81% dos empregadores disseram enfrentar dificuldade para encontrar trabalhadores com a qualificação necessária, um índice maior do que a média global, que é 75%. 

Paula acabou encontrando a solução para essa falta de talentos no Canadá, ondeobteve uma bolsa de estudos. Lá, conheceu uma iniciativa que formava profissionais para o mercado digital e deduziu as empresas no Brasil também precisavam disso. Assim, em abril de 2018, fundou a Intera, empresa que começou como uma solução de educação em que as empresas financiam programas educacionais para contratar talentos. 

“Essa era minha intenção: formar mão de obra para ajudar o mercado a alavancar. Para a inovação conseguir crescer. Porque a inovação, ela para aí; se não tem gente para desenrolar, a empresa empaca”

Paula Morais, fundadora da Intera

O amadurecimento da Intera rumo ao sucesso

Durante todo o primeiro ano da Intera, a empresária pôde entrar em contato de fato com profissionais de RH e suas dores. Ela explica que sua startup contemplava três complexidades: atrair, selecionar e treinar, e que tentavam solucionar as três ao mesmo tempo, o que não estava funcionando. O tempo entre as vendas de formação se mostrava longo e nem sempre era o que os recrutadores precisavam. A conclusão a qual a empreendedora chegou foi: “a gente está tentando empurrar uma solução para um problema que existe, mas não é bem essa solução que resolve.”

Foi quando, em 2019, tomou a decisão de focar apenas na primeira complexidade: a de atrair talentos. Assim, a Intera se tornou uma solução de atração e recrutamento online, onde as empresas contratavam créditos do serviço e convocavam pessoas para o processo seletivo. Deu certo. O modelo gerou contratações feitas de forma rápida, feitas com o suporte de um software rápido e eficiente.

De 5 a 200 funcionários, com software próprio

Em 2022, a Intera passou de uma startup com cinco pessoas para um ecossistema de mais de 200 funcionários, operando para várias empresas ao mesmo tempo. O próprio software foi colocado como um produto da empresa. Paula diz que essa solução acaba sobrepondo o serviço que eles próprios oferecem, já que empodera as empresas para fazerem por si mesmas o que a Intera faria. Mas não é uma preocupação uma vez que sempre haverá a demanda pelo serviço terceirizado, que continua sendo oferecido pela empresa.

Ela se orgulha de finalmente estar empreendendo com tecnologia própria, empoderando as empresas a fazer o que a startup fazia por elas. Depois de cinco anos, afirma que a solução continuam sendo as pessoas. “A gente teve que criar uma infraestrutura interna para fazer isso [operação para diversos clientes] de forma rápida, inteligente, assertiva. Tudo começou de dentro para fora, a gente criando nossa própria tecnologia para poder dar conta do serviço que estava prestando”.

Texto: Giulia Deker / Entrevistas: Patricia Travassos

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