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Potência feminina na biotecnologia aplicada ao agronegócio

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Vencedora do Prêmio Mulheres Inovadoras no Centro-Oeste, Rízia Andrade aposta em biotecnologia de ponta no controle de pragas na startup BioGyn

Abrir a empresa de biotecnologia BioGyn não estava no plano de carreira da pesquisadora, formada em Engenharia Agrônoma e mestre em Entomologia, estudo dos insetos. Rízia Andrade conta que planejava ser pesquisadora, ou para multinacionais, ou dentro da própria academia. Quando um colega lhe fez a proposta de transformar o projeto em um empreendimento, à princípio ela não aceitou.

Segundo a Embrapa, empresa de geração de tecnologias para o agronegócio, o Brasil emergiu como o maior produtor e usuário de agentes de biocontrole do mundo nos últimos anos. Uma pesquisa do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários corrobora com a afirmação, constatando que o produto movimenta uma economia de R$165 milhões no Brasil com produtos para controle biológico. Foi por esta perspectiva de um mercado em extensa ascensão que Rízia deixou a vida acadêmica para se tornar empreendedora no ramo.

Foi esta perspectiva de crescimento da indústria que convenceu a pesquisadora a se juntar a um colega para transformar um projeto em negócio. Rízia explica que a pesquisa sobre controle biológico já existe no Brasil há mais de cinquenta anos, mas o que ocorre hoje é que empresas buscam essa pesquisa acadêmica para produzi-la em escala. Ela aponta que houve um aumento de faturamento no setor de biocontrole em 70% ao ano, e a previsão é crescer ainda mais.

“É uma startup de biotecnologia” diz a diretora de produção da BioGyn. “Por conta da nossa tecnologia mesmo, de produzir e de escalar. Essa reprodução de insetos, em laboratório, já existe há bastante tempo. Então, escalar para ser um produto comercial e garantir que o inseto vai chegar no local com qualidade, ganha essa característica de inovação”.

Startup de biotecnologia BioGyn ganha Prêmio Mulheres Inovadoras

A startup de Rízia venceu o Prêmio Mulheres Inovadoras da região Centro-Oeste, e se orgulha de ter sido um dos primeiros editais para os quais inscreveu a empresa. A engenheira vê a posição feminina no mercado de agronegócio como já instaurada, e observa um respeito maior dos clientes agricultores ao apresentar seu produto e seus projetos sendo uma mulher.

“A visão do agro em relação às mulheres está diferente, então eu não vejo nenhuma dificuldade em relação a isso. Então, a gente está em um momento muito promissor. O que a gente precisa é de oportunidades para estar nesses espaços. Então uma vez que a mulher chega nesse espaço, seja como líder, representante, uma pesquisadora, a gente é bem recebida”.

Rízia Andrade comenta ainda sobre sua formação na área e a importância de acreditar na sua capacidade técnica para superar o preconceito de gênero no mercado. Ela concorda que, especialmente para mulheres, existe uma síndrome de impostor sobre o alcance em cargos mais altos e posições de liderança. “E eu estou me policiando para não fazer isso. Sempre que tiver alguma coisa, eu vou falar: se eu não estiver pronta, vai ser a experiência, porque a sensação é de que a gente nunca tá pronta” finaliza.

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