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Futebol feminino: empreender e jogar é mais parecido do que você imagina

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Com o crescimento do interesse mundial pelo futebol feminino e a busca por igualdade, mulheres encontram paralelos entre a resiliência das jogadoras e os obstáculos enfrentados ao inovar e abrir um negócio

Ao olhar para os desafios enfrentados pelas jogadoras de futebol feminino, é possível identificar semelhanças em relação à jornada de mulheres empreendedoras. A resiliência para superar adversidades, a disciplina para conciliar vida profissional e pessoal e a coragem de se empoderar em um ambiente majoritariamente masculino – com evidente discrepância salarial – são características compartilhadas por quem busca obter êxito na carreira, tanto nos gramados quanto nas empresas.

Mulheres inseridas em ambientes predominantemente compostos por homens, como os mundos do futebol e dos negócios, sabem da disparidade estrutural. Acompanhando a Copa do Mundo de Futebol Feminino, o Brasil começa a voltar os olhares para as atletas que há anos suam a camisa sem o merecido reconhecimento. 

Futebol e novos negócios: coisa de mulher

Esse é o início de um processo mais amplo de mudança de cenário em que mulheres passam a ocupar cada vez mais espaços. Marta, que joga sua sexta Copa, tem 17 gols em Mundiais. Ela é, inclusive, a maior artilheira do torneio entre homens e mulheres. A camisa 10 da seleção balançou a rede nas Copas de 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019. Aos 37 anos, a jogadora pode ampliar a diferença no ranking feminino para a alemã Birgit Prinz e para a americana Abby Wambach, empatadas em segundo lugar com 14 gols cada — ambas já aposentadas.

“Comprovadamente, mulheres têm se interessado mais por futebol. Uma pesquisa da Kantar Ibope (2022) indica que elas já representam 44% da base de fãs de futebol no Brasil”, destaca Líbia Macedo, professora de Gestão Esportiva da Trevisan Escola de Negócios, em entrevista à plataforma Inovar É Um Parto. No entanto, a especialista também reconhece que a mudança ainda é gradual no futebol feminino, assim como no cenário empreendedor.

A professora explica que muitos clubes de futebol têm implementado times femininos, mas ainda é necessário mais esforço para oferecer estrutura e incentivo para as jogadoras. Paralelamente, as mulheres empreendedoras enfrentam desafios ao quebrar barreiras históricas em uma indústria predominantemente masculina. 

“O Brasil é candidato a sediar a próxima Copa do Mundo feminina. Caso ocorra, isso vai alavancar mais ainda a modalidade e os investimentos de marcas com uma injeção de ânimo em empreendedoras”, afirma Líbia Macedo. De acordo com ela, o cenário de ascensão do futebol feminino e o apoio governamental abrem oportunidades para as empreendedoras, que podem aplicar suas habilidades e criatividade para desenvolver produtos e serviços sinérgicos com o público feminino.

No contexto do crescimento da indústria esportiva e da Copa do Mundo de Futebol Feminino, a professora destaca as oportunidades de negócios que podem ser exploradas. “O esporte é um conteúdo do cotidiano das pessoas, sejam elas fanáticas ou não, ainda mais considerando a modalidade esportiva futebol que tem um espaço muito grande no dia a dia dos brasileiros como tema de conversa, ambiente de entretenimento e investimento de tempo e dinheiro”, ressalta Líbia

Vários fatores – sociais, culturais, financeiros, emocionais – fazem do empreendedorismo feminino uma jornada desafiadora. São questões estruturais, que dependem de uma nova conscientização de toda a sociedade para serem superadas. Mulheres empreendedoras desempenham um papel fundamental na economia brasileira, trazendo uma série de benefícios para a economia do país. Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) revelam que empresas lideradas por mulheres empregam cerca de 7,5 milhões de pessoas no Brasil.

O Brasil nessa história 

Com otimismo em relação ao futuro, a professora salienta a possibilidade de o Brasil sediar o próximo mundial: “Entendo que o Ministério do Esporte, capitaneado por uma mulher, ex-atleta, com experiência de gestora de ONG – a Ana Moser – possa contribuir efetivamente. O fato de ter o apoio do presidente para se candidatar à Copa do Mundo é um passo”, diz a professora. 

Em março, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) solicitou que a ministra elaborasse um diagnóstico sobre a situação atual do futebol feminino no Brasil. A partir disso, será criado um Plano de Ações até 2025 para a implantação das medidas assinadas. 

“A volta de um ministério específico para o esporte e os incentivos, tendo uma resposta mais rápida e investimento, traz mais chances para que projetos de mulheres que queiram empreender, para que tenham aporte e possam encontrar patrocinadores”, conclui.

Em um cenário de valorização por parte das marcas e com o apoio do governo, tanto futebol quanto empreendedorismo feminino devem ter um placar favorável na construção e manutenção de cada vez mais espaço no esporte e nos negócios.

Texto: Redação


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