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Amazônia à Mesa: foodtech leva ingredientes de origem para todo o Brasil

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À frente da startup Manioca, paraense Joanna Martins quer aumentar a visibilidade da cultura amazônica e estimular a bioeconomia na região

Em 2014, Joanna Martins transformou o restaurante familiar fundado por sua avó em Belém do Pará em uma foodtech que tem como principal objetivo a divulgação e comercialização da comida amazônica pelo Brasil. A criadora da startup Manioca vê os produtos originários da Amazônia com um enorme potencial de mercado, e reforça a importância da tecnologia verde e da bioeconomia para a região, que pode gerar US$ 285 bilhões em riqueza até 2050, de acordo com estudo recente da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) .

“A Manioca já nasceu com esse objetivo, com esse olhar. A gente entendendo toda essa realidade do que é a cultura alimentar do consumo, a gente começou a se perguntar como fazer para que esses sabores que a gente tem aqui, produtos da nossa culinária, possam entram no dia a dia do brasileiro. Esse é nosso objetivo” explica Joanna Martins sobre a criação e expansão da startup.

Manioca estimula a comercialização de produtos da Amazônia

A foodtech de Joanna estimula a comercialização dos produtos da região amazônica, promovendo o desenvolvimento regional sustentável e a agricultura familiar que é tão presente no local. A empresa desenvolve tecnologias para que os produtos naturais tradicionais da Amazônia, cuja exportação ainda é pequena, possam ser exportados e comercializados em supermercados, estendendo sua durabilidade e conservação em prateleiras. Além disso, também desenvolve os próprios produtos, como geleias, temperos amazônicos, granolas e molhos, vendendo para diversos estados brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, entre outros. 

De acordo com a Climate Policy Initiative, organização que impulsiona economia global sustentável e divulga diversos estudos sobre a região e outros biomas, a Amazônia tem as maiores oportunidades, mas também os maiores riscos com o estímulo da bioeconomia, a qual Joanna promove com sua empresa. O termo “bioeconomia” se refere à ciência que estuda recursos naturais com propósito de criar e manter uma economia sustentável. Segundo a CPI, na base das visões dessa ciência no Brasil, está o objetivo de promover inovação, e hubs de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) podem florescer na Amazônia urbana.

A foodtech pioneira na Amazônia e no mundo

Joanna enxerga a foodtech que direciona como um desbravamento do ecossistema de inovação não apenas na região amazônica, mas no mundo ao redor. A empreendedora é uma entusiasta de se trabalhar com a Amazônia, e acredita que o local permite ao Brasil e ao brasileiro ser pioneiro no mercado mundial e trazer novas soluções ao mundo. Martins acredita que os brasileiros foram educados a fazer o que o mundo queria, não dizer o que querem fazer, mas que o Brasil tem esse potencial, inclusive de fazer o mundo segui-lo. 

Ao conversar sobre como obter ferramentas para esse pioneirismo, Joanna fala muito sobre propósito. Ela acredita que o empreendedor, inovador, deve encontrar um propósito para aquilo que faz, e trabalhar a educação das pessoas para que a conexão do seu negócio com um propósito precise existir. 

“Como existe um propósito por trás, um olhar para o território em que estou, da relação cultural que tenho com ele, isso se torna um detalhe do meu negócio. Não menos importante, talvez tão importante quanto outros, como a geração de renda”.

Joanna Martins destaca ainda o olhar feminino sobre seu trabalho, e como as tradições amazônicas valorizam a mulher e a liderança feminina. Ela considera que esse distanciamento da região fez com que várias coisas tradicionais fossem muito bem preservadas, e a presença feminina foi uma delas. Na criação da própria Manioca, sua avó foi a precursora da empresa, e sua mãe seguiu a ensinando sobre a importância das realizações através do trabalho. “Eu acho que o mundo tem muito a aprender com a Amazônia” finaliza. 

Texto: Giulia Deker Rago / Entrevista: Patricia Travassos

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