Com a ajuda de aceleradoras, a empreendedora Ivonete Guarino criou startup de transporte para idosos em Cuiabá (MT)
O crescimento da economia madura é uma oportunidade para novas empresas no mercado, que devem se apropriar da tecnologia para criar soluções, especialmente para o público acima de 60 anos. Em 2021, o número de pessoas com 60 anos ou mais ultrapassou a marca de 1 bilhão, e estima-se que chegue a 2,1 bilhões em 2050, de acordo com dados das Nações Unidas. O envelhecimento da população cria uma demanda por produtos e serviços para atender às necessidades específicas desse público.
Vô Contigo: startup dentro da economia madura
Empreendedora desde 2005, Ivonete Guarino trabalhava vendendo cosméticos, mas, em 2019, sentiu a necessidade de fazer algo diferente e criou a Vô Contigo, uma startup de mobilidade especializada no transporte de idosos. Ela percebeu que haviam poucas opções de serviços para pessoas idosas no mercado e estava motivada a mudar esse cenário.
“Desde que me entendo por gente, sempre fui muito incomodada pela forma como a sociedade trata a pessoa idosa. A Vô Contigo é o mix de peças de um quebra-cabeça que acumulei no decorrer da vida.”
Após cuidar de um parente com Alzheimer por uma década e sentir na própria pele o desgaste emocional da situação, Ivonete tomou a decisão investir em uma solução para outras pessoas que estavam na mesma condição. “Conforme a doença ia avançando, coisas necessárias, como ir ao médico ou à fisioterapia, às vezes não aconteciam, porque eu não tinha tempo de levar, trabalhava o dia inteiro”, conta.
O modelo desenvolvido funciona na região de Cuiabá (MT). Nele, o idoso aciona o serviço via ligação ou mensagem de aplicativo e um motorista treinado vai até o local desejado. De consultas médicas a passeios no shopping, a empresa realiza o transporte seguro, humanizado e afetivo do público prateado.
O papel fundamental das aceleradoras na Vô Contigo
Com a ajuda do Sebrae e de algumas aceleradoras, a empreendedora conseguiu tornar realidade o projeto da Vô Contigo. A participação nos programas foi importante para que ela se sentisse apoiada por uma rede de mentores e empreendedores, garantindo o suporte emocional necessário.
A B2Mammy foi a primeira aceleração de Ivonete, e auxiliou no acolhimento da ideia e a passar o negócio para o papel. O programa local Oi7A a ajudou a transformar essa ideia em um negócio, enquanto o BlackRocks garantiu o suporte emocional dela enquanto mulher negra, fazendo-a se sentir representada no ambiente empreendedor.
Ela também participou do InovAtiva Brasil, o maior programa de aceleração da América Latina bancado pelo governo, que proporcionou uma visão macro e networking. Na Distrito, a startup ganhou um storytelling para seu pitch, combinando elementos da história de Ivonete sem deixar a apresentação emocional demais. Além disso, ela contou com o apoio da Digoreste Startups, a comunidade empreendedora de Cuiabá que promove discussões e eventos sobre temas relacionados.
Texto: Júlia Bonin / Entrevista: Patricia Travassos
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