Saiba quem é Lorane Melim, fundadora da DruGet, healthtech com propósito de tornar medicamentos acessíveis pelo uso da tecnologia
Lorane Melim, doutora em Ciências, fundou a DruGet, healthtech de análise de segurança molecular para as indústrias farmacêutica e agroquímica. Após passar por diversos programas de pré-aceleração e aceleração, o ecossistema de startups do Amapá já é o quintal de casa para ela. Ela decidiu trazer os sistemas computacionais da academia para o mercado e daí nasceu sua startup.
A ideia surgiu junto às colegas de laboratório de Lorane, enquanto trabalhavam em sistemas computacionais de análise de moléculas. A ideia tomou forma em 2019, mas a empreendedora conta que precisou atravessar por programas como Acelera Amapá e Inova Amazônia, ambos do SEBRAE, para que entendesse a identidade do seu negócio e a linguagem necessária para traduzir seu conhecimento acadêmico em um pitch para investidores.
Tucuju Valley: comunidade de empreendedores do Amapá
Lorane Melim credita muito de seus conhecimentos à comunidade de empreendedores e inovadores de seu estado, nomeada Tucuju Valley. O grupo tem uma parceria com o SEBRAE para fortalecer e oferecer ajuda às empresas que estão em seu início, ou que encontram dificuldades no caminho. De acordo com o StartupBase, existem 15 startups mapeadas no estado do Amapá, e que compõem o ecossistema de inovação premiado como Comunidade Revelação 2022.
Dentro das oportunidades que surgiram à Melim e à DruGet nesse conglomerado, ela destaca a participação no Capital Empreendedor, que não apenas prepara startups para captação de investimentos, mas também trabalha o aspecto comportamental dos empreendedores. Lorane explica: “Como está a relação com meu sócio? Eu consigo identificar quando meu sócio não está bem, oferecer apoio, e não simplesmente cobrar? Não simplesmente dizer ‘você tem que fazer e ponto’? Essa parte comportamental cuidou muito desse olhar mais humano, e nós também precisamos colocar isso dentro do negócio”.
Healthtech DrugGet avalia segurança molecular para a indústria farmacêutica
Hoje, a DruGet é uma startup que oferece para a indústria farmacêutica e química um serviço de análise e avaliação da segurança de moléculas utilizadas pelo mercado, tanto de farmácia, quanto agroquímico. Lorane se orgulha da tecnologia da healthtech, e afirma que é um trabalho feito em computadores para que não seja mais necessário testar essas mesmas moléculas em animais.
“Nesse processo nós utilizamos ferramentas computacionais, ou seja, computadores que permitem que eu possa dizer para o meu cliente se aquela molécula é tóxica ou não, ou se pode formar moléculas tóxicas. E esse softwares são utilizados para que eu não precise utilizar animais”
Ao falar sobre o propósito da empresa, Lorane Melim se emociona. Ela fala sobre o futuro sem testes em animais, mas para além disso, o grande propósito da DruGet é que, através de metodologias mais baratas para fabricação de medicamentos, mais pessoas tenham acesso a eles.
A empreendedora ilustra sua ideia falando sobre o uso de medicamentos por idosos. “Nós sabemos que uma grande parte da aposentadoria dos nossos idosos é utilizada na área da saúde, pagando plano de saúde, medicamentos, consultas, exames. Se eu consigo diminuir esse custo, eu facilito esse acesso.”
Lorane Melim admite que é um objetivo ousado, mas conclui que se puder fazer sua parte, se a DruGet puder ser uma gota no oceano, que seja aquela gota. E concorda que se não for ousado, não é um objetivo empreendedor, e não é uma empresa inovadora.
Texto: Giulia Deker Rago / Entrevista: Patricia Travassos
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