A história da empresária Carol Costa, que empreende conectando quem doa a quem recebe, incentivando o mercado local
A Agenda 2030 da ONU, segundo a própria Organização, é um plano global para atingir, até 2030, um mundo melhor para todos os povos e nações. São 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com os quais os países se comprometeram até a data indicada. Os dois primeiros ODS são, respectivamente, a erradicação da pobreza e da fome. É nessa linha que caminha a socialtech Com Paixão, convertendo impacto social em lucro e se propondo a criar ferramentas para contribuir com os Objetivos da ONU.
“A vida é muito mais quando a gente colabora com a vida do próximo. A gente pode fazer crescer um ecossistema onde as pessoas entendam que impactar também é lucro. Contribuir com a vida do próximo também é lucro”
Localizada em Alagoas, a empresa é definida por sua criadora, Carol Costa, como “um iFood de doações”. Pessoas podem montar uma cesta básica de acordo com os produtos dos pequenos comércios locais e a socialtech se encarrega de que seja recebida pela organização de desejo do cliente.
Aula de startup na faculdade
Formada em Direito, Carol não se sentia segura da carreira que seguiria. Foi assim que se viu de volta à faculdade, agora no curso de Administração, aprendendo a empreender. Ela conta que não fazia ideia do que era uma startup até sua primeira aula sobre o assunto, quando uma ideia nasceu. Incentivada por seu professor, a estudante voltou para casa e pesquisou sobre como poderia facilitar o processo de doações para organizações sociais e transformar isso em uma empresa.
Agora, aos 26 anos, a empreendedora se vê à frente da Com Paixão App, promovendo solidariedade e facilitando tanto a captação de recursos pelas organizações de doação quanto a venda de produtos como materiais de limpeza, higiene e alimentos por pequenos comércios locais, impulsionando o mercado de Alagoas no processo.
Desafios de empreender sendo mulher
Ela admite que, sendo uma mulher e com uma idade menor do que seria esperado, ficou por muito tempo tomando decisões e enfrentando situações difíceis sozinha. “Empreender sendo mulher e jovem é lidar muitas vezes com olhares que subjugam seu potencial, que não levam a sério o que você está falando ou que acham que você não tem conhecimento e insumo técnico suficientes para poder defender aquilo que você está construindo”, explica.
A solução para esse empecilho, segundo Carol, é se permitir viver. Ela explica que as frustrações também fazem parte da jornada e que se frustrar é aprender. Essas são as ferramentas que ela utiliza para se manter firme à frente da sua socialtech. “Com humildade, eu reconheço as minhas limitações. Mas hoje sei me impor em determinados momentos, para que as coisas estejam separadas. Meu propósito e meu guia são muito claros”.
Texto: Giulia Deker Rago
Entrevista: Patricia Travassos
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